terça-feira, 1 de abril de 2008

Eu, por mim mesma

Eu sou um nome japonês
De papel, de Divindade
De homem, de mulher,
Num corpo feminino
Com marcas de infância
E de maturidade também

De uma cabeça quase carioca
Com vários cachos
De raízes enroladas
De origem capixaba, italiana,
Lisa, loura,
E nordestina, cafusa,
Crespa, escura

Privilegiada e castigada
Com a presença invejada
Maternal e Paternal
Por conta de um massacre
Que arrancou a liberdade
Da figura mais forte
Levou o sorriso
Do ser mais dócil
E a irresponsabilidade
Da menina
Única, quase sozinha

Moderna e muito careta
Uma metamorfose ambulante
Que penou pra ser mulher
E perto de conseguir
Quase detonou tudo
Por não sonhar igual

Um turbilhão de razões,
Vontades, caprichos,
Autoritarismo, abuso,
Só pra exercitar o lado menina
Que aparece
Quando um machucado dói
Quando sente vergonha
Quando atenção está toda em mim

Uma meia dúzia de charmes
Dengos, sorrisos,
Bicos, cores
Pra se afirmar como mulher
Que gosta de flor
De bicho, de rosa,
De salto alto e de homem.

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